CRF-SP debate sobre a vacina para covid-19: da logística ao serviço de imunização

O Fórum também contará com a participação de representantes da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma/SP). Além disso, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) também foi convidada, mas ainda não confirmou a participação.

Coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Logística de Produtos de Interesse à Saúde do CRF-SP e Diretor de Qualidade e Gestão Técnica na Solistica, Dr. Kleber dos Santos Fernandes destaca que os desafios envolvem segurança, rastreabilidade e, o mais importante, o que fazer para que a eficácia da vacina não seja comprometida por desvios de temperatura. “Os desenhos dos processos ainda são embrionários, estamos definindo quem serão os players logísticos envolvidos. Quanto às vacinas que estão aparecendo como alternativa existem diferentes ranges, as que são congeladas, as que obedecem ao padrão de armazenamento de 2 a 8 graus e isso faz com que tenhamos diferentes modelos de distribuição. Aí começam os desafios operacionais para que essa distribuição ocorra com excelência”.

Protagonismo do farmacêutico

Dentro da cadeia logística, mais uma vez o farmacêutico aparece como profissional central, já que, conforme enfatizado por Dr. Kleber Fernandes, são muitas as atribuições do sistema de gestão da qualidade em que o farmacêutico assume o papel de guardião dos processos fazendo com que ocorram corretas qualificações, validações de equipamentos de monitoramento de embalagens a serem empregadas, de pontos de cross docking, pontos de armazenagem e toda a trajetória da vacina até chegar ao paciente, o que envolve transporte, armazenagem e distribuição.

“A vacina vai passar por vários pontos de cross docking, que são entrepostos com etapas de armazenagem, consolidação de carga, capilaridade na distribuição, ou seja, a vacina chega até grandes hubs que seguem para rotas menores e, assim, sucessivamente no setor então é um longo caminho até o paciente. Envolve desde a atuação técnica no aeroporto, se vier por modal aéreo, ou de containers, se vier pelo modal marítimo”, ressalta.

Dr. Kleber destaca que os desafios são grandes, ainda não existe modelo perfeito em todo o processo de distribuição da vacina, mas que o Brasil tem total capacidade de atender com excelência. “Vários atores terão de preparar essa malha de distribuição que já existe, mas que vai precisar se redesenhar devido à quantidade de vacinas, além de competir com outras demandas. “A vacina chega, mas outros medicamentos elementares continuam a serem administrados e todo esse trabalho é a gestão da cadeia de suprimentos que vai ser desafiada nesse importante programa de distribuição”.

Vacinação nas farmácias

O trabalho do farmacêutico irá até o final da cadeia, o que inclui o serviço de imunização nas farmácias, que seguirá a mesma proposta feita em relação à vacinação contra o vírus influenza.
Para Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, as farmácias estão se estruturando para fazer a aplicação da vacina contra a covid-19 em São Paulo. “A mesma oferta que a Abrafarma fez e foi aceita ao Governo de São Paulo, que foi anunciada hoje em entrevista coletiva pelo governador João Dória, foi feita ao Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde”, destacou Mena Barreto.

A proposta, que será detalhada no Fórum organizado pelo CRF-SP na quinta-feira, 10/12, é utilizar em São Paulo até 2 mil salas de aplicação de injetáveis e no Brasil até 4 mil salas nas farmácias. “É muito importante para as farmácias que estão sendo parceiras de primeira hora dos governos, estão na frente da batalha, mais uma vez vão dar o seu contributo para a erradicação da pandemia através da aplicação das vacinas. Tudo sem custo para o Estado, utilizando os farmacêuticos já capacitados em aplicação de injetáveis e com os insumos cedidos pelos governos seja estadual ou federal”. Mena Barreto destacou ainda a importância do CRF-SP propor um debate sobre o tema.

Preparação do setor

Também confirmado para o debate, o Sincofarma/SP tem apostado em capacitação e parcerias com empresas especializadas na implantação de sala de atenção farmacêutica no preparo de profissionais do setor no processo da vacinação. “Acreditamos que temos que primar pelo conceito saúde, e, em parceria com a Ponto Care, temos a dizer que, não existe um caminho das pedras para disponibilizar o serviço de vacinação, afinal, cada cidade tem o seu próprio fluxo. Normalmente, a regulação da sala de vacinação demora em torno de 2 meses, mas hoje já se consegue em uma semana, destaca Angélica Saldeira, coordenadora de cursos e Comunicação do Sincofarma/SP, que acredita em um desafio para a implantação de vacinas em farmácias: o da área burocrática, pelo tempo de aprovação e liberação dos órgãos fiscalizadores.

  


FONTE: http://www.crfsp.org.br/noticias/11561-f%C3%B3rum-on-line-em-10-12.html

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